segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Infância!

Talvez você não acredite, mas eu já fui menino, brincar de boneca, de casinha de fazer comidinha, eram coisas que eu e minha irmã Jane (mulher do Fábio e não do Tarzan) não fazíamos. Gostávamos mesmo era de brincar na rua com meninos, brincávamos de Bets, futebol, lutinha, mãe-se-esconde, bolinha de gude, era muito legal, até que a brincadeira acabava porque a minha querida mãe, estraga prazer, vinha com sua varinha (não mágica e sim de marmelo) nos buscar, aliás, buscar nada por que se ela vinha com uma varinha na mão, ela tinha outras intenções, e frequentemente sentíamos essas intenções na pele.

Certa vez minha mãe, que não nos chamava para entrar em casa, pois ela ia de supetão mesmo, apareceu, então olhávamos uma para outra pensando “mas o que ela tinha que fazer aqui”, logo em seguida olhávamos para os meninos que com aquelas caras de tontos, tiravam sarro da situação. Corríamos para casa fugindo das varadas, uma ia de um lado da rua e a outra de outro lado, assim ela não sabia qual pegava (era bem engraçada essa parte, mas só essa parte), por que quando chegávamos em casa era aquele, ai ai ai ai, para quem quisesse ouvir e incomodando aqueles que não queriam. Porém em uma dessas vezes eu consegui chegar rapidão em casa, o que deu tempo de colocar umas duas calças em cima da que eu estava para aliviar um pouco a dor futura. Minha mãe nunca soube disso até hoje.

Além das varadas, as coisas correram bem na minha infância, tinha os meninos da rua para brincar, de vez em quando aparecia também uma menina, mas essa logo era diferenciada por ser delicadinha, arrumadinha, quietinha, educadinha. Tinha também as primas com as quais sempre arrumávamos confusão e meus irmãos mais velhos que em geral não brincavam com a gente, mas lembro que a Fofa (Rejanda) tocava a gente de dentro de casa para limpar, pena que agora ela não é mais acostumada a fazer isso, digo de limpar, por que tocar ela ainda saber fazer bem, e o Tião (Sebastião) que incentivava as lutinhas entre eu e a Jane, e quase sempre eu ficava mais dolorida.

As cicatrizes são a prova real que minha infância foi intensa e agitada, tenho uma que sai do ladinho do nariz e corta o lábio superior da minha boca, outra que adquiri quando brincava de correr na rua e então me esborrachei no chão, essa está no meu joelho junto com as minúsculas pedrinhas que ficou lá, até tempos atrás quando eu passava a mão no joelho eu as sentia.

Mais a mais dolorida de todas, está na minha poupança e não digo a poupança de dinheiro, essa, porém não está visível a todos e só posso mostrar para meu esposo.
Foi em um confortável e velho sofá, quer dizer, em um velho sofá, ele era da cor... deixe- me ver... Enfim, ah coisas que a memória não guarda mesmo. Ficava fora de casa, alguns ainda sentavam nele, como foi meu caso, outros só o usavam para as brincadeiras mais bestas, como o “ser” que de alguma maneira me fez sentar nele. A brincadeira era rodar a pessoa até ela ficar tonta e solta-la para ver aonde ia. Porém eu devia estar muito tonta mesmo, além do normal, para conseguir sentar no velho sofá, e não foi uma sentadinha leve não, foi à sentada. Com a mesma rapidez com que eu sentei, me levantei, mas ai já tinha acontecido o pior... Em minha opinião os sofás não deveriam ter molas, ainda mais as que ficam para fora do seu estofamento.
Lembro-me bem, foi uma tarde inteira chorando e sem poder sentar.

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